Porto - Sporting, Benfica em 1º e Mariano Gonzalez

Final antecipada nos quartos-de-final da Taça de Portugal. Um jogo que teve pouco impacto na comunicação social. Com o Benfica fora da Taça, esperava que este jogo levantasse mais expectativas, sobretudo por parte dos Sportinguistas, já que se encontram completamente arredados da luta pelo título (embora ainda contem para complicar as contas a quem está à frente). O facto é que o Sporting apresentou-se muito mal, quer dizer, como de costume nesta época, sem garra, sem ideias, com a defesa a “ver passar”. Não deixou de ser uma surpresa, já que vinha a subir de rendimento. Se calhar acusou em demasia a derrota para o campeonato com o Sp. Braga.
Quando se previa que este jogo fosse renhido, no sentido em que se iam encontrar duas equipas “grandes” do futebol português, ainda para mais quando ambas pareciam estar a subir de rendimento exibicional. Surgiu um FC Porto como nunca se tinha visto desde o jogo com o Man. United em Inglaterra da época passada. Claro que uma equipa só joga o que a outra deixa jogar, então o que importa é perceber quem influenciou quem.
No meu entender foi o FC Porto que se superiorizou e surpreendeu o Sporting. Primeiro, Jesualdo não “inventou”, como é seu costume em jogos contra adversários com “nome”. Apresentou o mesmo esquema, e praticamente a mesma equipa do jogo com o Nacional (vitória 0-4). Segundo, o FC Porto entrou com espírito de guerreiro, a tentar controlar o jogo desde o primeiro minuto, controlando o jogo a meio-campo, com transições rápidas para o ataque. Algo que não acontecia há muito tempo, pois o FC Porto tem entrado muito na expectativa do que vai acontecer e só depois é que reage. O Sporting ainda tentou reagir com o golo do Izmailov, mas desde o inicio se percebia a superioridade de jogo do FC Porto, com uma melhor ocupação dos espaços e uma posse e circulação de bola muito superior ao Sporting. Para isto muito contribuindo um cada vez mais adaptado Rúben Micael, empregando mais dinamismo, inteligência e qualidade de passe ao jogo do FC Porto, um verdadeiro reforço.
Claro que uma goleada estava longe de ser esperada, mas com o decorrer do jogo foi algo que aconteceu com naturalidade. De ressaltar um facto importante, não houve “casos” neste jogo, algo raro nos últimos tempos.

SL Benfica finalmente em 1º no Campeonato. Algo que já era esperado e que vinha a tirar o sonho a muito boa gente. Como diz António Salvador, presidente do Sp. Braga, foi preciso anteciparem um jogo para serem primeiros. Mesmo assim é a equipa de Braga que mais tempo passou à frente neste campeonato, e sem ser à condição.
Mais uma manobra a fazer lembrar o Estoril-Benfica jogado no Algarve. Não me estou a referir à ilegalidade que aconteceu na altura e que passou impune, mas ao princípio de favorecimento. Claro que os adeptos da U. Leiria não mereciam isto, mesmo que ir à Luz nesta época seja sinónimo de perda de pontos, mas acenar afirmativamente a cabeça aos grandes sempre que eles querem alguma coisa já devia ser coisa do passado. Houve quem levanta-se o rumor de benefícios financeiros para o U. Leiria. Não me parece de todo, afinal quem usa esse tipo de artimanhas não são as pessoas das bandas da Luz, ou são?
Agora toda a gente já pode dizer que o Benfica está à frente, sem se ter de corrigir que afinal estava com os mesmos pontos do SC Braga mas em segundo lugar. Agora é oficial, nem que seja à condição. Será que essas mesmas pessoas que por lapso se referiam ao Benfica como estando em primeiro, agora vão dizer o Benfica está em primeiro mas à condição? Não me parece.

Como vem sendo habitual, há sempre um destaque para um jogador, ou mais, nestas crónicas no Pernas de Banco. Sendo assim, o meu destaque vai para Mariano Gonzalez.
O argentino fez uma enorme exibição frente ao Sporting no jogo dos quartos-de-final da Taça de Portugal, no Dragão. O destaque é explicado pelo seguinte. Primeiro porque o Mariano Gonzalez parecia outro jogador, não caía quando tinha a bola como era seu hábito, parecia que andava sempre um qualquer fantasma invisível a empurra-lo. Manteve sempre a cabeça levantada em vez de olhar para os próprios pés como vem sendo habitual, permitindo-lhe ter maior visão de jogo. Até os passes lhe saiam com força, ele que mesmo acabado de entrar perdia passes por falta de força, ficando pelo caminho e à espera da recuperação de um adversário. Em segundo lugar, esse outro jogador fazia lembrar um tal de Mariano Gonzalez, mas quando ainda jogava na Argentina, dinâmico, com bom drible, rápido, esclarecido, afinal estava ali o mesmo jogador. Será que só nos treinos é que ele se revelava e que é por isso que Jesualdo o mantém nas principais escolhas à muito tempo, mesmo depois de enumeras criticas? Isso não sei, mas que foi uma bela surpresa foi. Toda a gente já sabe que o Falcao é um grande jogador e está a fazer uma temporada acima da sua própria média. Rúben Micael e Belluschi a entenderem-se cada vez melhor. Maicon a confirmar as boas indicações que deu no Nacional (está aqui um grande central para o futuro, ainda tem 21 anos). Mas o Mariano a jogar bem, isso ninguém previa.


HR