terça-feira, fevereiro 16, 2010

Paixão, 30.168 e Belluschi

Esta jornada que só acabou ontem à noite com o jogo Naval 0 – 0 V. Guimarães, teve um aspecto muito importante. Acontece antes do novo arranque das competições europeias. Facto de extrema relevância devido ás expectativas criadas pela antecipação da jornada europeia. O que leva os jogadores e técnicos a relaxarem em demasia, pois a sua atenção só está focada nos jogos internacionais. Esta apatia e falta de empenho, numa atitude pouco competitiva foi o que aconteceu nos jogos das equipas envolvidas, quer na Champions League, quer na Liga Europa. Nos jogos dos três grandes foi evidente a falta de paixão com que se disputaram cada lance do desafio. Se em relação ao Sporting isso pode ser entendido mais facilmente, pelos mais recentes resultados que os afastaram das competições internas por completo. Em relação ao Benfica e ao FC Porto não há razão para que isso acontecesse. Com exibições muito abaixo do exigível, safou-se um Benfica que a jogar em casa, conseguiu a única vitória entre os grandes. Entendo que foi o factor casa que os levou a conseguir esse resultado, ao contrário do FC Porto e Sporting que em casa alheia não conseguiram os seus intentos. Com tamanha falta de inspiração, que se fazia adivinhar desde o primeiro minuto, não é de estranhar estes empates a zero.
Mas houve no entanto Paixão a mais, em tempos de São Valentim para os lados do Estádio do Mar. Já aqui escrevi sobre as muitas qualidades do árbitro em questão, por isso não foi com espanto que vi não ser assinalado um penalti aclaro sobre Rúben Micael. Seria até de estranhar se tal tivesse acontecido. Por saberem disso é que os jogadores e treinadores do FC Porto deviam estar mais atentos nos outros lances, e contar apenas com eles próprios para resolver os jogo e não esperar que por obra e graça do Senhor, tal Bruno de muita Paixão, fosse mudar de bitola. Depois de se falharem golos de baliza aberta, de se ter estado duas vezes isolado contra o guarda-redes, não se pode estar a reclamar de penaltis ou anti-jogo alheio. Quem não quer ganhar um jogo desde o seu início não merece ganhar.


30.168 é este o número oficial de espectadores no jogo Braga 2 – 1 Marítimo. É de louvar a iniciativa dos dirigentes do SC Braga, ao abrirem as portas aos seus adeptos, embora não tenha sido pelas melhores razões que tal tivesse acontecido. O povo do futebol compareceu em peso numa noite gélida, comprovando que este jogo ainda corre por muitos corações portugueses. E se há estádios vazios é porque os preços dos bilhetes e cotas de sócios são exorbitantes. Há quem refira que a falta de público nos estádios portugueses se deve aos constantes ataques que os dirigentes trocam entre si. Isso não pode ser mais errado, aliás é precisamente esse tipo de atitudes que desperta mais as peixões dos adeptos, levando-os aos estádios.
Deixem de querer ganhar tudo de uma vez, façam contratações consoante as posses e necessidades e baixem o preço dos bilhetes se querem mais espectadores. Claro que às vezes dá jeito ter pouca gente no estádio, são menos a reclamar…


Em planteis grandes e com uma época cheia de competições, não faltam oportunidades a cada jogador para poder dizer presente quando são chamados. Há uns que aproveitam e outros não. Há outros que têm sempre lugar cativo, mesmo que não mereçam, cabe aos outros provarem que o treinador estava errado.
Com o castigo e lesão de Raul Meireles, entrou para o onze Ruben Micael, que logo provou estar bem melhor do que o substituído. Mais do que isso, permitiu que outros que estavam menos bem, melhorassem os seus desempenhos. É o caso de Belluschi. Contratação que erradamente foi intitulada de ser para substituir Lucho. São jogadores diferentes e as pessoas do FC Porto sabiam disso muito bem, logo seria impensável que se contrata-se por tão elevada quantia um jogador para fazer o papel de outro, não sendo essa a sua posição de raiz. No entanto o futebol de Beluschi vem desde o início da época a melhor substancialmente. No que à compreensão táctica do jogo está claramente melhor, percebendo os vários momentos de jogo para saber quando acelerar ou travar o jogo dependendo das necessidades da equipa. Transporta e rasga nas alas, desmarca mas também recua e recupera bolas. Está agora um jogador mais completo. No entanto ainda se deslumbra uma grande margem de progressão. Parece-me relevante chamar a atenção para isso, numa altura em que se prepara uma substituição no onze titular do FC Porto, com a entrada de Raul Meireles para o lugar de Belluschi. Parece-me o jogo do FC Porto, melhoraria bastante com a integração em campo destes três jogadores Ruben Micael - Raul Meireles – Belluschi, ainda para mais numa altura em que não há Hulk nem Rodriguez para as alas, onde o único que merece confiança é Varela (excelente época) e onde Mariano só parece jogar quando tem a braçadeira de capitão.


Henrique Rocha

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