sexta-feira, janeiro 29, 2010

O futebol nacional, internacional e o 4+1 bracarense.

Esta crónica começa com a crescente contra - informação existente na comunicação social. Existe neste momento no futebol português um (quase) "estado de sitio" onde tudo pode ser arremesado o é e não se olha a meios para atingir os fins. Tudo começou em Dezembro na Luz com o pânico no tunel (a fazer lembrar um filme bem antigo com o Stallone), onde uma vez mais a Comissão Disciplinar da Liga, que devia saber melhor que ninguem os seus próprios regulamentos, foi muito celere a suspender dois jogadores preventivamente mas para dar a decisão final, diz que há tempo.

O futebol é visto como uma paixão. Ou se ama ou se odeia. mas por vezes se pararmos para pensar um bocado, também não deixa de ser uma profissão. é de desgaste rápido é certo mas não o deixa de ser. No momento em que alguém se torna profissional, tem que o ser desde o incio até ao fim da carreira. É algo que tem que diferenciar os meros "jogadores da bola" dos futebolistas. Os jogadores em questão, Hulk e Sapunaru, tiveram condutas impróprias depois de um jogo de futebol. Mas também estão impedidos de trabalhar (embora, enquanto eu saiba, não deixam de ganhar o seu salário, só não vão ganhar é premios de jogo). Mas a Comissão Disciplinar, até para mostrar serviço, não deveria ser do seu interesse, tratar disto o mais rápido possivel e bem?

Assim, e agora com novos acontecimentos em que Ruben Micael vem dizer que Rui Costa o insultou (já não é ao que parece a primeira vez, é só lembrar o que supostamente ele disse em Braga) e agredido por Jorge Jesus. é um facto que Ruben se queixou quando terminou o jogo. Agora, e depois da sua contratação por parte do FC Porto, vir para os orgãos de comunicação social relatar esse facto dessa maneira, soa a algo premeditado mesmo que seja verdade (depois de se ouvir a escuta de Pinto de Costa a falar com Deco, já se acredita que o presidente portista é mesmo um génio em todos os campos e esta pode ser mais uma dessas artimanhas). Só espero que em Maio, mais precisamente na 29ª Jornada, o campeonato já esta decidido quer para Benfica, Porto e ou Braga, porque se ainda há algo para decidir nesse jogo no Estádio do Dragão, é melhor pôr a equipa portista no seu estádio onde tem que ser, e a equipa do Benfica a aquecer em Gaia, e acabou o aquecimento dentro do autocarro, para evitar males maiores.

Quando surgiu o apito dourado, veio colocar bastante receio a muita gente do meio do futebol. Agora que se viu que mais uma vez não deu em nada, as coisas nem sequer voltaram à estaca zero. penso que agora ainda tá pior. Casos de tuneis, agressões, incentivos a capitães para ganharem jogos... sempre gozamos com os Italianos por causa das máfias e também ajudados pelos filmes. Mas os italianos conseguiram descobrir e provar que existiram campeonatos viciados. é a diferença...

Agora no futebol internacional, ontem foi dia de Inter - Juventus, jogo que vi com toda a atenção. Depois do grande frango de Toldo, uma Juve que se viu a ganhar nem sabia bem como, fez o que de melhor sabe fazer uma equipa italiana. A celebre tactica do cadeado, o famosissimo "catenaccio". Mas o que mais me supreendeu foram a quantidade de faltas durissimas que existiram no jogo, principalmente por parte da Juve. À beira deles, o Benfica Porto de Dezembro parecia um jogo de meninos...
Adorei ver o Inter jogar. Com um futebol quase sempre ao primeiro toque, com Sneijder a ser o patrão da equipa, o Inter jogou, fez jogar e mereceu a vitória. Mais uma vez no ultimo minuto, que começa a ser uma tradição para Mourinho. Sorte ou competência? Penso que muita competência, traz a sorte a quem sabe, é audaz, trabalhar e perfeccionista. e Mourinho mereceu ganhar e penso que agora está no bom caminho para fazer frente a um grande Chelsea, que ele próprio ajudou a construir e que certamente saberá contornar.

Para acabar, queria referir para mim a referência desta 1ª volta da liga. o 4+1 bracarense. este 4+1 é nada mais nada menos que o seu quarteto defensivo (João Pereira que agora é Filipe Oliveira, Moises, Rodriguez ou Leone e Evaldo) e Vandinho. Estes jogadores formam uma defesa de betão, em que sofreram 6 golos durante a 1ª volta. dá menos que 0,5 golos por jogo. é obra principalmente para uma equipa que não é considerada grande. Ou mais do que isso, para os seus adeptos é o Enorme!
Mas Vandinho é até quem mais queria destacar. Já não está propriamente na flor da idade, tem os seus 30 e.. e está a jogar melhor do que nunca. não precisa de correr muito, parece que está sempre no sitio certo e melhor do que isso, consegue adivinhar para onde vão as bolas dos adversários. é o pendulo da equipa, equilibrando-a, é muitas vezes um 3º defesa central, é o primeiro jogador na fase de construção ofensiva e liberta Hugo Viana várias vezes para este se preocupar mais em ajudar o ataque, onde a sua visão de jogo tem sido mortifera.
Uma última nota: penso que ao Sporting de Braga para atacar definitivamente o titulo precisava de um substituo à altura de Meyong. Meyong está a fazer uma epoca esforçada mas já não é aquele "matador". e o jogador que já marcou muitos golos no campeonato portugues, revela estar mais à vontade quando tem outro avançado perto dele. Ano passado com Jesus, esteve muito mais em foco. Espero que para bem do Futebol Portugues e para dar uma chapada de luva branca a muita gente, que o trabalho do Sporting de Braga não seja em vão e que este ano certamente irá dar frutos. mais dificil porém será manter esta regularidade.

Abraços

JC

quarta-feira, janeiro 27, 2010

Pausa no campeonato, e nada mais.

Gostaria de começar a meu primeiro texto do blog com algo positivo, mas como foi dia de taça da liga, não me peçam para pintar um arco-íris só com preto. A taça da liga é uma taça que teve o azar de ter seus criadores, os criadores que efectivamente teve. Para mim, fim-de-semana de taça da liga é pausa de campeonato, e nada mais.

Em relação portanto ao campeonato, quero deixar passar um certo espanto agradável que sinto com o facto de o Braga ter aguentado estar em primeiro lugar tanto tempo. Penso eu que nem o adepto bracarense mais fervoroso acreditaria que o Braga nesta altura ainda não tivesse começado a pender para um lugar mais abaixo, ou pelo menos a começar a dar sinal disso. Mas ainda bem para o futebol português que temos um dito outsider a intrometer-se na já entediante luta a três que vemos todos os anos.

Jogador em Destaque

Ruben Micael pois claro, é o jogador que está na boca do povo futebolístico. Acho que foi uma contratação muito bem conseguida pelo Porto, tanto pela sua qualidade, como pelo oportunismo pois parece-me que era exactamente ali no meio campo que o Porto, e aproveitando a moda que é ter relvados á lá campo de batatas, tinha mais buracos no seu jogo. O tempo dirá agora se ele encaixará no 4-3-3 ou se o professor vai vergar de velho, e tentar um 4-4-2 que me parece, e muito mais agora sem o Hulk, uma alternativa muito viável.

Finalmente quero dar um puxão de orelhas aos dirigentes do Sporting que, não contrataram o Ruben por uns alegados 5 milhões, e foram buscar um senhor que até agora quase foi o auto-golo mais caro da história do clube. Ainda por cima os número que se falam da transferência do Ruben para o Porto não chegam a esses números. Serão mais ratos talvez dos dirigentes do Porto, mas eu prefiro pensar que os do Sporting são mais burros.

terça-feira, janeiro 26, 2010

PUNHOS DE LEÃO, TAÇA DA AMIZADE E RÚBEN MICAEL

1 – Nesta semana que passou “houve taça”. Esta expressão normalmente significa que uma equipa mais pequena ganhou a um grande. Bem, na passada quarta-feira não foi bem isso que aconteceu. Mas depois de trinta penaltis e umas cenas de pugilato no balneário do Sporting, esta expressão cai como uma luva, se entendermos a expressão como um acontecimento improvável.
Toda a gente é unânime em afirmar que o Sporting está em ascensão. Com uma série de vitórias consecutivas que não deixam desmentir, e até um acréscimo de qualidade nas suas exibições. Mas quem parece estar cada vez em melhor forma é Ricardo Sá Pinto e por arrasto a direcção do Sporting, nomeadamente o seu presidente, mas não necessariamente pelos melhores motivos.
Com um passado que fala por si, Sá Pinto desta vez usou de um novo método no dirigismo desportivo português. Chutou as palavras para canto, arregaçou as mangas e partiu para uma demonstração de poder para cima do Levezinho. Nem quero imaginar uma luta tão descompensada como esta. De um lado, um peso pesado como Sá Pinto, invencível em combates deste género, nem contra um seleccionador nacional. Do outro lado, Liedson um peso pluma que se manda para à “piscina” ao mínimo encosto ou bafo de um qualquer adversário.
Agora só um à parte. Será que o Sá Pinto se meteria em cenas de pugilato com Scolari se ele fosse o seleccionador nacional na altura? Depois do que o vimos fazer para defender o miníno (Quaresma), seria o embate do século.
Retomando o assunto. Já se sabem as consequências desses lamentáveis acontecimentos. Sá Pinto fora do Sporting, onde em tempos era o único lugar em que Paulo Bento o queria ver, e Liedson a resolver mais um jogo. Tudo está bem quando acaba bem. A menos se pensarmos que um jogador responder em maneiras menos próprias a um dirigente seja algo de grave. Que tal facto enfraquece a direcção e dá a um jogador poderes que se pensava não os ter. Será que aos notáveis de Alvalade agora também tem que se somar o Levezinho? Será que vai ser ele a indicar o próximo presidente do Sporting Clube de Portugal? Multa? É isso que vai acontecer? E o vândalo é o Sá Pinto, que nesta história toda foi o único que defendeu o Sporting, à sua maneira, mas foi o único.
Claro que a única coisa que os sócios e adeptos do Sporting querem ver é vitórias e esquecem qualquer incidente que possa ter acontecido. Mas será que uma direcção tem os mesmos pensamentos? A mim não me parece que uma equipa vencedora se construa em indisciplina. Mas isso é coisa para a nação sportinguista se preocupar. A mim, como português, o que me preocupa é que jogadores como este, que mal trata os adeptos, fazem parte de uma Selecção que vai ao Mundial. Com os acontecimentos de indisciplina há muito associados à Selecção Portuguesa em fazes finais, estou para ver como vai correr esta campanha que não se adivinha nada fácil por terras sul-africanas. Será que é destes jogadores que queremos ver na nossa Selecção? Mas mais uma vez vem a velha teoria, o que importa são as vitórias.

2 - Os suspeitos do costume estão mais uma vez nas meias-finais da Taça da Liga. Juntando-se uma sempre simpática Académica, agora com um treinador mediático o que ajuda a vender a prova.
Será esta uma taça que valha a pena ter num país como o nosso? Uma taça em que os principais protagonistas da primeira divisão aparecem de rompante e disputam uma fase de grupo às pressas? Uma taça que protege quem já é grande? E que é feito das equipas pequenas? Como é que é possível elas aprovarem uma taça como esta? Uma taça que por si só já é uma aberração e que ainda por cima tem regulamentos dúbios e outros completamente idiotas. Uma taça onde é permitido tudo aos árbitros, desde cabeçadas que são mãos, foras-de-jogo de quilómetros, para não falar na final do ano passado que foi uma vergonha, sem que nada lhes aconteça? Não admira que já lhe chamem a Taça da Amizade.
Não seria melhor que a Liga Portuguesa de Futebol Profissional organizasse uma competição em que todos seriam tratados com o mesmo respeito? Se calhar isso ajudaria a uma maior credibilização da prova, chamaria mais gente aos estádios e daria naturalmente mais lucros, para todos, e não apara os mesmos. Uma taça sem estes condicionalismos e que fosse realizada com sorteio livre. Todos iguais e não uns mais iguais do que os outros.
Mas se quisermos ser mais competitivos e ajudar a melhorar este futebol, que tal por os clubes melhor classificados na época anterior a jogar fora? Que tal começar a competição com todos os clubes ao mesmo tempo? Fazer desta, a prova que inicia a época? Já que é para as equipas rodarem jogadores, não vejo melhor altura para se fazerem esse tipo de experiencias do que em começo de época.
Todas estas medidas ajudariam a melhor esta competição, desprezada pela maioria e só valorizada por quem já não tem mais nada para ganhar. É que a continuar assim, continua a ser uma competição com apenas dois jogos interessantes. Uma meia-final (a única disputada entre dois grandes) e a final, que se for como a do ano passado, não tem interesse nenhum.


Jogador em Destaque

Rúben Micael é neste momento o jogador em destaque no nosso futebol. Depois de muito se especular para onde ele iria parar nesta abertura de mercado, com clubes como o Sporting a encabeçarem essa vasta lista, com o Benfica também interessado e alguns clubes ingleses, acabou por ingressar no FC Porto.
Para as hostes portistas, em boa hora o fez. Eu partilho da opinião de que é um bom reforço. Isto porque é notório que o sector em que o FC Porto tem estado menos bem é o meio-campo, nunca conseguindo uma estabilidade de jogo até ao momento. Como todos sabem, é no meio-campo que se discutem os jogos, é onde se organiza a equipa, se pauta o jogo, se fazem as transições, e se uma equipa tem um meio-campo fraco, muito dificilmente consegue uma consistência de jogo, logo de vitórias, para chegar ao fim do campeonato em primeiro.
Aqui é que entra Rúben Micael. Um jovem português, ainda com enorme margem de progressão, o que encaixa na politica de aquisições mais recente do FC Porto. Mas acima de tudo, um bom jogador. Um jogador do tipo que não precisa de tempo de adaptação, um jogador inteligente, que segura bem a bola e passa frequentemente com precisão, como o demonstrou no primeiro jogo que fez com a camisola do FC Porto, em que obteve uma média de 94% de passes certos (segundo estatística d’O Jogo).
Até agora tudo bem, mas o que fazer com os outros médios do plantel? Com a táctica actual de Jesualdo Ferreira só cabem três jogadores a meio-campo. Ora, o FC Porto tem actualmente oito jogadores para essas três vagas (Fernando, Prediguer, Raul Meireles, Belluschi, Valeri, Tomás Costa, Guirin e agora Rúben Micael). Ao ir buscar este jogador ao Nacional da Madeira o F.C. do Porto dá um sinal de que a maior parte destes jogadores, que não foram assim tão baratos, principalmente porque não têm o rendimento esperado, não fazem parte das escolhas válidas para a equipa. A questão é, o que fazer com estes jogadores? Para não perguntar como é que foram lá parar. Problemas de adaptação toda a gente tem quando muda de clube, principalmente quando se muda de estilo de futebol. Mas este problema é ultrapassado com tempo e com o conhecimento das rotinas de jogo, quer do clube, quer do próprio país. Mas o que acontece actualmente é que esse tempo há muito se esgotou, principalmente para jogadores que já estão cá há ano e meio.
Contudo não creio que a fraca prestação da equipa se deva só a problemas com estes jogadores do meio-campo. Uma equipa tem que ser vista como um todo, assim como um plantel tem que ser construído e desenvolvido como um todo. O facto de o FC Porto integrar no seu plantel principal onze jogadores novos para esta temporada, não pode ser alheio a esta falta de resposta da equipa. Repito, onze jogadores. Sim… dava para fazer uma equipa nova, e juntando agora o Rúben Micael, já são doze.
Esperemos agora para ver como é que este jogador vai encaixar no esquema habitual da equipa, pois não me parece que Jesualdo a vá alterar para 4-4-2. As indicações que deixou contra o Estoril foram bem positivas, mesmo com uma equipa de segundas linhas, portanto, sem o entrosamento necessário. Como uma equipa tem que ser avaliada no seu todo, os outros jogadores de campo têm um papel importante na sua adaptação e rendimento, assim como ele pode influenciar positivamente o rendimento de outros, como é o caso de Belluschi que está em crescendo de forma. Falo deste em particular porque me parece que pode beneficiar ao jogar ao lado de um jogador como o Rúben, bem mais do que com Raul Meireles, já que aquele é mais um pensador de jogo do que um jogador de transições rápidas.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Genesis

Este é o início do blog Pernas de Banco.
A partir de agora, é falar de futebol...