Voltaram as competições europeias. E com elas surgiram o famoso "desenrascanço" português.
O Sporting continua a sonhar em passar à fase seguinte, depois de um erro do defesa Distin, e com Liedson sempre oportuno a conquistar o lance e consequentemente um penalty. Perdeu mas em espaços, deu para ver um Sporting melhor. Embora o adversário também não seja o melhor para notar verdadeiras melhorias no clube de Alvalade. E já agora, depois do jogo de terça, certamente que nenhum adepto do Sporting quer que Izmailov seja vendido.
Quarta foi dia do Porto. Uma boa e competente exibição do clube do Dragão. Aliás, como vem a ser (excelente) hábito. Para o clube e para o Portugal (que deve muito ao Porto em ter um coeficiente de pontos na UEFA digno de registo). Um guarda-redes por parte do Arsenal muito fraco, que em boa altura surgiu e ajudou muito o F.C. Porto. Já o tinha escrito, e depois de quarta ainda ficou mais reforçado, é que este Arsenal está perfeitamente ao alcance do Porto. Mas o clube do Dragão não pode pensar que são favas contadas.
O lance do 2º golo pode ser visto como polémico. Um dos assuntos que também deviam analisar na próxima reunião do International Board é a problemática dos livres. Quando é que eles podem ou devem ser marcados? alguns arbitros mais autoritários, avisam logo que é só depois do seu apito. outros deixam marcam rapidamente. em que ficamos? não devia haver um critério uniforme? Bem teve Jesualdo a relembrar a Wenger o livre de Henry à uns anos contra o Chelsea de Mourinho. Aí ainda foi pior, pois o árbitro estava a mandar recuar a barreira, e Cech a formá-la, e Henry remata para o poste mais distante. E depois uma reacção do costume. Quando é a nosso favor, ainda bem que aconteceu e nada contra. Quando é contra, todos os argumentos são válidos para visar o árbitro. Coerência meus senhores...(Como também não ficava mal a Domingos Paciência referir que o segundo golo do S.C. Braga, a bola estava fora).
Por final, o Benfica. Pouco a dizer. Exibição mediocre e de nariz empinado. o empate foi um mal menor para Jesus e seus pares. Espera-se muito melhor para a 2ª mão.
Este próximo parágrafo é dedicado aos comentadores televisivos. Toda a gente sabe quem são os comentadores de futebol da moda. O pior é quando há expressões da moda. Para mim, actualmente o maior fenómeno do "comentarismo" português, são as famosas "transições ofensivas". Agora, em pleno séc. XXI, não existe contra ataque. Tudo é transição. Basta ouvir os comentários do Sr. Rui Santos ao golo de Di Maria contra o Hertha, e a referir a este como uma grande transição. Por favor!!!!!! Carlos Martins é certo que fez um grande passe, e Di Maria recepcionou ainda melhor e fez golo, mas onde houve transição? Foi, pura e simplesmente, futebol directo, se quiserem à boa maneira inglesa! Transição tem que englobar passe, transporte, desmarcação, recepção e pode ser visto como o tempo ou o modo como é feita a passagem do processo defensivo para ofensivo. Daí transição. Mas ainda continuam a existir pontapé para a frente, contra ataque com jogadores rápidos e futebol directo!
Depois também existem aqueles comentadores que quando a equipa está a ganhar, o treinador faz tudo direito. se depois, e até no mesmo jogo, algo corre mal, é porque não sabe ver o jogo e não sabe o que faz. quer dizer, quando se perde, é culpa sempre do treinador da equipa que perde? e o treinador da equipa adversária que ganha não tem mérito? também aqui penso que tem que haver coerência. no futebol, rapidamente se passa de bestial a besta. ou vice-versa.
A Jornada 20 da nossa liga promete. Um escaldante Porto-Braga. Até chegar o Benfica - Braga, é o jogo mais importante do campeonato. Ao Porto só interessa vencer (não esquecer que na próxima jornada vai a Alvalade defrontar um Sporting ferido no orgulho), mas mesmo assim ainda fica a 6 do Benfica, dando a liderança da Liga ao clube da Luz de mão beijada. O Braga que tem feito o seu melhor campeonato de sempre, não quer perder gás. E muito se joga neste jogo em ambas as partes. O Braga se mostrar a coesão defensiva e o ataque venenoso do jogo contra o Belenenses, tem mais que argumentos de discutir o jogo no dragão. O Porto claramente a subir de forma, e a jogar no seu estádio, é ainda o favorito. Que Olegário faça uma boa arbitragem como fez no Milan - Manchester. Que arbitre sem "paixão".
Para terminar, quero destacar 2 jogadores, por motivos completamente distintos. São eles David Luiz e Wayne Rooney.
Já na crónica passada queria destacar David Luiz pela negativa, mas depois do lance do auto golo em Setúbal, decidi não o fazer, pois seria fácil destacá-lo negativamente. Então decidi esperar que fizesse uma boa exibição para o fazer. É inegável que David Luiz é um central de grandes capacidades. Mas corte de cabelo à parte, é um jogador capaz do 8 e do 80. Embora ainda fosse pior na posição de guarda redes, um central não pode ter tantas oscilações. Há coisas que se treinam. Por vezes, David Luiz "lembra-se" e tenta fintar a equipa adversária toda. Por vezes perde a bola e surgem contratempos desnecessários. e a sua finta é sempre a mesma. passa a bola do pé direito para o pé esquerdo, com este dá um toque forte para a frente e como é rápido, tenta ganhar em corrida. E para não falar das faltas desnecessárias, muitas vezes perigosas, quando os adversários até muitas vezes estão de costas para a baliza, e só por magia fariam lances de perigo. Por isso, é que não acredito que vá para o Real Madrid ou Manchester. Talvez quando for mais constante psicologicamente.
Wayne Rooney teve a ingrata tarefa, que lhe foi concedida por Alex Ferguson, de fazer esquecer Cristiano Ronaldo. E até agora, está a cumprir na integra. É o melhor marcador da equipa, da liga inglesa, e levou a equipa a uma excelente vitória em San Siro, onde marcou 2 golos. Diz-se também que Rooney usou a "tactica do secador" (que consiste em gritar e dizer umas quantas verdades na cara de uma pessoa), tactica essa que é uma caracteristica do seu treinador. A verdade é que resultou, e Rooney e os seus colegas partiram para uma grande exibição e partiram a equipa do Milan ao meio. Só acontecendo uma grande catastrofe, é que o Manchester perderá esta eliminatória. E já agora, em jeito de antevisão para Junho, será um dos grandes trunfos da fortissima selecção inglesa, uma das grandes candidatas à conquista do Mundial na Africa do Sul.
Abraços
Jorge Castro
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